Retalhos de memórias alinhavados entre lãs, linhas, notas, telas e lembranças.
Inajá Martins de Almeida
___________________________
"Manter um diário ou escrever, as próprias memórias deveria ser obrigação “imposta pelo estado”: o material acumulado após três ou quatro gerações teria valor inestimável. Resolveria muitos problemas psicológicos e históricos que afligem a humanidade. Não existe memória, embora escritas por personagens insignificantes, que não apresentem valores sociais e pitorescos de primeira ordem”.
(Tomasi di Lampedusa - Os Contos)
quinta-feira, 24 de julho de 2008
quarta-feira, 18 de junho de 2008
TECENDO LINHAS - 8ª Feira do Livro de Ribeirão Preto 2008
sábado, 14 de junho de 2008
8ª FEIRA DO LIVRO DE RIBEIRÃO PRETO - momento de poesia

8ª FEIRA DO LIVRO RIBEIRÃO PRETO - Entre livros e linhas
domingo, 25 de maio de 2008
FALANDO DE LÃ E LINHA

A lã, que tece o agasalho;
A linha, que compõe o texto.
.
O texto da lã, na linha!
O texto da linha, na lã!
A lã que passa p’ra linha;
A linha contida na lã.
Poema extraído do livro "ENTRE LÃS E LINHAS" de Inajá Martins de Almeida
TEMPO DE LÃ E DE LINHA

Passeio nas linhas;
Nas linhas do tempo.
Percebo, então
Quantos sonhos,
Deixados nas lãs!
Quantos sonhos,
Encontrados nas linhas;
Nas linhas do tempo.
Ecoa o vento
O canto
Que fala das lãs,
Nas linhas do tempo.
E o vento,
Para longe leva a lã
E desenrola a linha;
Da linha do tempo.
Lã...
Linha...
Tempo...
Vento...
A lã do agasalho,
Que envelheceu
No tempo!
A linha da fantasia,
O tempo,
Levou o vento!
Deixando a saudade
Da lã,
Que a linha,
Em poesia transformou.
LER ATRAVÉS DAS ENTRELINHAS
Muitas vezes,
O que parece ser,
Na realidade,
Não é – está escondido
Por trás das linhas.
O texto,
Através das linhas,
Forma, então,
O contexto.

Nesse momento,
O pensamento
Do filósofo divaga
Sobre o texto.
E o poeta afaga
A alma, no contexto
Para se ler
Nas entrelinhas do texto,
É preciso saber,
Que por trás das linhas
O contexto
Se esconde.
Somente leitor
Contumaz,
Audaz,
Perspicaz,
Que acostumado fora
Às linhas do texto
E às entrelinhas do contexto,
Poderá ler
E compreender,
As artimanhas
Que se escondem
Por trás das linhas,
Através das entrelinhas..
Poema extraído do livro "ENTRE LÃS E LINHAS" de Inajá Martins de Almeida
ENTREPONTOS

Uma interrogação (?)
Uma pergunta que fica no ar
Uma exclamação (!)
Um espanto, uma dúvida
Uma reticência (...)
Um pensamento que não se concluiu
Uma vírgula (,)
Uma pausa para continuidade de pensamento.
Um ponto e vírgula (;)
Uma explicação que se faz necessária
Dois pontos (: )
A explicação de um pensamento
Um ponto final (.)
A conclusão de um pensamento
E entre pontos
A interrogação questiona
A exclamação se espanta
A reticência não conclui
A vírgula descansa
O ponto e vírgula dá continuidade
Dois pontos explica
O ponto final conclui.
Eu contudo entre pontos me coloco;
Ora pontos nas linhas
Ora pontos nas lãs.
Vez ou outra os dois estão presentes
Uns nas linhas horizontais
Outros nas verticais
E eles dão sentido a minha vida
Uns me escrevem – as linhas
Outros me lêem – as lãs.
.
Poema extraído do livro "ENTRE LÃS E LINHAS" de Inajá Martins de Almeida
VERSO E REVERSO
O PRAZER DA LÃ... O FASCÍNIO DA LINHA...
COLCHA DE RETALHOS

Das lembranças da infância,
Pude retalhos recolher,
Ora, de panos de lã,
Ora, de contos de linha.
.
Criavam retalhos de sonhos:
Pedaços coloridos de lã,
Que, aos poucos, a colcha formava.
Menina, então, crescia
Entre a fantasia da linha,
Entre a magia da lã.
Logo, a mulher desabrocharia,
A boneca de lã, num canto, deixaria,
A palavra, na linha, encontraria.
Os retalhos, amealhados, juntaria,
Retalhos coloridos:
Dos contos de fada, na linha;
Das tramas dos pontos, na lã,
Aos poucos,
A colcha de retalhos teceria,
Com pedacinhos de lã,
Com lembranças da linha,
E, enquanto,
Os retalhos de lã
um corpo frio aqueceria,
pedacinhos de linha
Alma contrita, acalentaria.
FRAGMENTOS DE LÃ E DE LINHA
LINHA E LÃ NUM SÓ ESPAÇO
PANOS DE LÃ ... RETALHOS DE LINHA
O TECER DA LÃ... O DECLINAR DA LINHA
Minha mãe tecia com lãs.
Meu pai escrevia nas linhas
Acostumei-me às lãs,
Tanto quanto às linhas.
Numas tecia,
Noutras escrevia.
Enquanto nas lãs tecia,
E trabalhos produzia,
Nas linhas, lia
E aprendia.
Tornei-me, assim, tecelã
De lãs e de linhas.
Ora há, em que a lã
Direciona minhas mãos.
Outras, em que a linha,
Direciona meus pensamentos.
Jamais me canso das lãs,
Jamais me aparto das linhas.
Minha mãe já não tece as lãs,
Meu pai ainda escreve nas linhas.
Eu, contudo, continuo
Tecendo lãs e declinando linhas.
.
Poema extraído do livro "ENTRE LÃS E LINHAS" de Inajá Martins de Almeida
PONTO A PONTO
ARTESÃ POETA ... POETA ARTESÃ
SER OU ESTAR... EIS A QUESTÃO
ARTESÃ DO PONTO E DA PALAVRA
ARTESÃ DA LÃ E DA LINHA
Não há como negar:
Artesã sou...
Jamais deixarei de ser.
Com as mãos trabalho,
Tecendo, ponto a ponto,
Agasalhos coloridos.
Desde pequenina
Acostumada fôra
A estar no meio deles.
Da leitura, também,
Artesã sou:
Jamais esse prazer, abandonarei.
Da palavra, no papel
Transformo linha em texto.
Entre linhas de lã,
Ponto e ponto mesclo.
Entre linhas de papel,
Canto e conto declino.
Já não sei mais
Se sou artesã de lã,
Ou artesã de linha
Pois, se
com a lã aqueço um corpo frio,
com a linha alimento uma alma contrita.
DAS LÃS ÀS LINHAS

O FIO DA MEADA
sábado, 24 de maio de 2008
O LOUVOR DA MULHER VIRTUOSA

Hoje no local encontra-se o majestoso prédio do Museu da América Latina, obra do arquiteto Oscar Nyemaier.
Lembranças que o tempo não apaga.
sexta-feira, 16 de maio de 2008
ENTRE TECLAS E LÃS

.
"A música instrumental tem o dom
(David Martins de Almeida Maldonado)
.
.
"Até a criança se dará a conhecer pelas suas ações,
(Provérbio 20:11)
PUREZA
terça-feira, 6 de maio de 2008
LEMBRANÇAS DAS LÃS E LINHAS
Enquanto minha avó Ana