(Inajá Martins de Almeida)
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Vejo a poesia na lã,
Na linha, percebo o verso .
Confecciono poesia, com a lã,
Na linha escrevo, verso.
O fio da lã, tece o ponto,
O verbo, declina a rima, na linha.
E, entre a rima da lã,
E a poesia da linha,
Já não sei mais separar
A lã, da linha.
Rimo, então, lã com poesia,
Ponto, rimo com linha.
A lã me inspira a rima,
A linha, escreve-me o verso.
Não sei se sou
Artesã ou poeta.
Ou, quem sabe,
Artesã-poeta.
Ou, mesmo,
Poeta-artesã.
Não sei mais separar,
A lã da linha,
A rima, do verso,
A poesia da lã e da linha.
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(em casa, Elvio aproveita para fotografar Inajá, na sala transformada em atelier, onde telas se mesclam as plantas e aos trabalhos em croche. - quinta-feira 11 de fevereiro 2010 - São Carlos; a imagem dá um colorido ao poema extraído do livro "ENTRE LÃS E LINHAS" de Inajá Martins de Almeida)
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