(Inajá Martins de Almeida)
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.O leitor irá me perguntar então:
- Por que poeta, tanta expressão
Através da lã e da linha?
Nada mais natural, esse questionamento,
E, logo, passo a elucidar, sobre
Meu gosto pela lã... meu prazer pela linha.
Uma – a lã
Desde cedo passava por minhas mãos,
Pequeninas de criança
A outra – a linha
Viria logo a seguir,
Através de meu pai, que a ela me conduzia.
Da mãe, adquiria intimidade com a lã.
Do pai, a habilidade com a linha.
A mãe, transmitia a arte da lã.
O pai, ensinava o prazer da linha.
Assim crescia,
Entre lã e linha.
Logo, a lã produzia – peças artesanais.
A linha, envolvia-me – na leitura e escrita.
A lã, parada mantinha-me,
Concentrada, com as mãos a trabalhar.
A linha, transportava-me,
À lugares distantes – inimagináveis.
Mas...
Enquanto as mãos teciam a lã,
A mente viajava na linha.
E com essa mescla de lã e de linha,
Pode nascer a escritora,
Que versa tanto com lã,
Quanto com linha.
Quem quiser então saber mais,
Sobre a magia da lã,
Sobre a poesia da linha,
Basta apenas começar.
Pegue uma meada de lã,
Passeie pela linha.
Em pouco tempo, então,
Terá confeccionado um retalho – com a lã
Com a linha,
Terá saído da ignorância verbal.
Logo, não saberá escolher,
Entre o prazer da lã,
ou o fascínio da linha.
Eu, contudo, se puder optar lhe digo:
Faça arte com a lã,
Alce vôo com a linha.
Aprenda com a linha,
Trabalhe com a lã.
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Poema extraído do livro "ENTRE LÃS E LINHAS" de Inajá Martins de Almeida
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