(Inajá Martins de Almeida)
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Gosto de ser,
Gosto de estar.
Gosto de ser – da lã – artesã,
Tanto quanto estar – com a lã – artesã.
Há momentos, em que apenas estou,
Outros, em que sou.
Estou, quando não me comprometo;
Sou, quando me entrego, produzo, realizo.
Gosto de ser – com a linha – escritora,
Gosto de estar – com a linha – escritora.
A lã me levou à linha,
A linha me aperfeiçoou na lã.
Sou com a lã,
Como sou com a linha.
Estou para a lã,
Como estou para a linha.
Se não estou com uma,
Tampouco, com outra.
Se sou com uma,
Logo, a outra pede passagem.
E as duas se entregam,
Se mesclam, se intercalam;
Produzem e se realizam.
Eis a questão:
Artesã escritora?
Ou, escritora artesã?
Não há como separar:
As duas conquistaram espaço
E se realizaram,
Tanto com lãs,
Quanto com linhas.
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Poema extraído do livro "ENTRE LÃS E LINHAS" de Inajá Martins de Almeida
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