
Mulher virtuosa, quem a achará? O seu valor excede o de finas jóias.
Busca lã e linho e, de bom grado, trabalha com as mãos.
Estende as mãos ao fuso, mãos que pegam na roca.
Não teme a neve, pois todos andam vestidos de lã escarlate.
Faz para si cobertas, veste-se de linho puro e de púrpura.
Faz roupas de linho fino, e vende-as.
Dai-lhe do fruto das suas mãos, e de público a louvarão as suas obras.
(Provérbios 31: 10/31)
Enquanto em seu violão Inajá executa uma peça musical, o olhar do fotógrafo, seu pai, aproveita o momento para registrar a cena. Os detalhes fazem a diferença. Um vestido verde em croche confeccionado por ela, uma colcha na cama, tecida em lã colorida em que mãos habilidosas da mãe se vêem presente. Na cômoda a toalhinha de croche ornamenta o móvel. Enfim, tudo expira e inspira a linha, desta que conta.
Esta era o ano de 1974 na cidade de São Paulo.
11º andar prédio de esquina da praça Vicente Celestino. Hoje no local encontra-se o majestoso prédio do Museu da América Latina, obra do arquiteto Oscar Nyemaier.
Lembranças que o tempo não apaga.
Poema extraído do livro "ENTRE LÃS E LINHAS" de Inajá Martins de Almeida
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