Retalhos de memórias alinhavados entre lãs, linhas, notas, telas e lembranças.

Inajá Martins de Almeida

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"Manter um diário ou escrever, as próprias memórias deveria ser obrigação “imposta pelo estado”: o material acumulado após três ou quatro gerações teria valor inestimável. Resolveria muitos problemas psicológicos e históricos que afligem a humanidade. Não existe memória, embora escritas por personagens insignificantes, que não apresentem valores sociais e pitorescos de primeira ordem”.

(Tomasi di Lampedusa - Os Contos)

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quinta-feira, 18 de abril de 2019

FUXICOS... CHEGARAM PARA PERMANECER


por Inajá Martins de Almeida


Há dias nos vemos envolvidas em fuxicar. Os fuxicos nos encontraram e vieram para permanecer em nós.



Técnica desenvolvida por mulheres há mais de 150 anos em nosso país, em que os finais de tarde eram preenchidos por retalhos de conversas e mãos que tornavam pedaços de panos verdadeiras obras de arte, em dias atuais ganha adeptos por todos os cantos do planeta.



Fuxicos e fuxiqueiras mantém-se em dias atuais, em tradição que o tempo perpetua. Saem das portas das casas, adentram fios cibernéticos. Recriam-se entre mãos artesãs. Encontram passarelas, ornamentam espaços arquitetônicos. Profissionaliza e estabiliza economias domésticas. Decora. Redecora. Compõe. Recompõe. Harmoniza. Alegra ambientes. Tudo e muito mais os fuxicos proporcionam.




Às mãos que fuxicam o prazer das cores e movimentos, transportam-se a horizontes inimagináveis que se revestem em criação, equilíbrio, coordenação motora. A prática se torna cada vez mais necessária, como o ar que se respira.


Eis que fuxicos chegaram e, sem dúvida, devem permanecer e se multiplicar.