Retalhos de memórias alinhavados entre lãs, linhas, notas, telas e lembranças.

Inajá Martins de Almeida

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"Manter um diário ou escrever, as próprias memórias deveria ser obrigação “imposta pelo estado”: o material acumulado após três ou quatro gerações teria valor inestimável. Resolveria muitos problemas psicológicos e históricos que afligem a humanidade. Não existe memória, embora escritas por personagens insignificantes, que não apresentem valores sociais e pitorescos de primeira ordem”.

(Tomasi di Lampedusa - Os Contos)

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domingo, 25 de maio de 2008

TEMPO DE LÃ E DE LINHA

(relógio do sol - Praça XV - Ribeirão Preto - foto Elvio A.Arruda junho 2008)


Enquanto teço com lãs,
Passeio nas linhas;
Nas linhas do tempo.

Percebo, então
Quantos sonhos,
Deixados nas lãs!

Quantos sonhos,
Encontrados nas linhas;
Nas linhas do tempo.
E, perdida em pensamento,
Ecoa o vento
O canto
Que fala das lãs,
Nas linhas do tempo.

E o vento,
Para longe leva a lã
E desenrola a linha;
Da linha do tempo.

Lã...
Linha...
Tempo...
Vento...

A lã do agasalho,
Que envelheceu
No tempo!

A linha da fantasia,
O tempo,
Levou o vento!

Deixando a saudade
Da lã,
Que a linha,
Em poesia transformou.
.
Poema extraído do livro "ENTRE LÃS E LINHAS" de Inajá Martins de Almeida

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