Não há como negar:
Artesã sou...
Jamais deixarei de ser.
Com as mãos trabalho,
Tecendo, ponto a ponto,
Agasalhos coloridos.
Desde pequenina
Acostumada fôra
A estar no meio deles.
Da leitura, também,
Artesã sou:
Jamais esse prazer, abandonarei.
Mais não fôra artesã
Da palavra, no papel
Transformo linha em texto.
Entre linhas de lã,
Ponto e ponto mesclo.
Entre linhas de papel,
Canto e conto declino.
Já não sei mais
Se sou artesã de lã,
Ou artesã de linha
Pois, se
com a lã aqueço um corpo frio,
com a linha alimento uma alma contrita.
Da palavra, no papel
Transformo linha em texto.
Entre linhas de lã,
Ponto e ponto mesclo.
Entre linhas de papel,
Canto e conto declino.
Já não sei mais
Se sou artesã de lã,
Ou artesã de linha
Pois, se
com a lã aqueço um corpo frio,
com a linha alimento uma alma contrita.
.
Inajá, a mãe e o irmão em São Paulo 1956 - cena registrada pela câmera do pai - já demonstra o prazer das linhas, quando volta da escola, numa manhã fria e cinzenta da cidade da garoa.
.
Os anos céleres passarão, agora em setembro de 2009, Elvio registra o momento em que, na cidade de São Carlos, o frio intenso, Inajá tece a lã e registra na linha, mensagens que o tempo não irá apagar. Belas lembranças!
.
Poema extraído do livro "ENTRE LÃS E LINHAS" de Inajá Martins de Almeida
Nenhum comentário:
Postar um comentário