(Inajá Martins de Almeida)
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Para mim, falar de lã não é segredo,
Tampouco, falar de linha.
Tenho familiaridade com a lã,
Da mesma forma com a linha.
Com uma, trabalho as mãos – a lã,
Com outra, trabalho a mente – a linha.
Com uma posso escrever – a linha,
A outra, entretanto me escreve – a lã.
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(foto Elvio A.Arruda - 11/02/2010 - tapete em croche por Inajá)
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Nasci no meio das duas:
Das lãs e das linhas.
Tradição de família
Presente estava a lã,
Assim como estava a linha.
Enquanto uma tecia – a lã,
A outra versava – a linha.
Portanto...
Para mim, não há confusão:
Não posso, sem a lã, viver
Não posso, sem a linha, expressar.
A lã, em arte transformo,
A arte da lã, inspira-me a linha.
Arte... lã... linha...
Uma a uma vai tecendo
Retalhos de lã
Fragmentos de linha.
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Poema extraído do livro "ENTRE LÃS E LINHAS" de Inajá Martins de Almeida
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