Retalhos de memórias alinhavados entre lãs, linhas, notas, telas e lembranças.

Inajá Martins de Almeida

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"Manter um diário ou escrever, as próprias memórias deveria ser obrigação “imposta pelo estado”: o material acumulado após três ou quatro gerações teria valor inestimável. Resolveria muitos problemas psicológicos e históricos que afligem a humanidade. Não existe memória, embora escritas por personagens insignificantes, que não apresentem valores sociais e pitorescos de primeira ordem”.

(Tomasi di Lampedusa - Os Contos)

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domingo, 25 de maio de 2008

FRAGMENTOS DE LÃ E DE LINHA


(Inajá Martins de Almeida)
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Para mim, falar de lã não é segredo,
Tampouco, falar de linha.

Tenho familiaridade com a lã,
Da mesma forma com a linha.

Com uma, trabalho as mãos – a lã,
Com outra, trabalho a mente – a linha.

Com uma posso escrever – a linha,
A outra, entretanto me escreve – a lã.
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(foto Elvio A.Arruda - 11/02/2010 - tapete em croche por Inajá)
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Nasci no meio das duas:
Das lãs e das linhas.

Tradição de família
Presente estava a lã,
Assim como estava a linha.

Enquanto uma tecia – a lã,
A outra versava – a linha.

Portanto...
Para mim, não há confusão:

Não posso, sem a lã, viver
Não posso, sem a linha, expressar.

A lã, em arte transformo,
A arte da lã, inspira-me a linha.

Arte... lã... linha...
Uma a uma vai tecendo

Retalhos de lã
Fragmentos de linha.
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Poema extraído do livro "ENTRE LÃS E LINHAS" de Inajá Martins de Almeida

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