(Inajá Martins de Almeida)
A meditar estava um dia:
Qual a importância da lã,
Sobre meus trabalhos de artesã?
Qual o valor da linha,
Para minhas rimas de poeta?
.
(tapete e cortina em croche por Inajá - foto Elvio A.Arruda / São Carlos dezembro 2009)
.
Logo, o verbo se fez presente
E o verso, solto fluiu.
Por vezes diversas,
A lã se encontrou com a linha,
A linha invadiu a lã.
A lã produziu peça artesanal,
A linha escreveu o verso final.
Artesã, então, desde tenra idade,
Jamais pudera supor,
Que, no declínio da vida,
A poeta, na linha, viria se encontrar.
A lã com a linha se entendia.
De mãos dadas passeavam
Pelos trabalhos, que a lã produzia,
Pelos versos, que a linha escrevia.
A lã, mostrou o trabalho
Das mãos da artesã.
A linha, então descobriu
A alma da poeta.
Agora, as duas – lã e linha -
Num só espaço se encontram.
A lã da artesã,
Com a linha da poeta.
.
Poema extraído do livro "ENTRE LÃS E LINHAS" de Inajá Martins de Almeida
Nenhum comentário:
Postar um comentário